quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Comédia da vida privada...

Era sábado, por volta das quatro horas da manhã, estava em um clube bem conhecido aqui em Floripa, as dores fortes em meus pés causadas pelo salto plataforma 10 me fizeram correr para o sofá, localizado na entrada no local. "Bendito sofá!", pensei. Meu namorado altamemte alcoolizado deitou-se ao meu lado e logo adormeceu, juntamente com outras jovens que, assim como eu se renderam ao cansaço e a falta de conforto dos empinados e nada confortados sapatos para descansarem no sofá. 

Parada alí quase moribunda por conta do sono, me surpreendi analisando as pessoas que estavam a minha volta e que entravam no lugar. Naquele amontoado de gente, via-se de tudo um pouco: moças bonitas bem arrumadas, exibidas aos rapazes que lá estavam, casais repentinos devorando-se nos cantos da boate num ritual de ensaio de um acasalamento louco, selvagem; Homens, meninos, moleques que, orgulhosos de sua aparência ou empenhados em forçar uma falsa aparência andando em bandos com copos de bebidas nas mãos e com olhares gulosos por toda criatura do sexo feminino que circulasse pelo local e com olhares de ódio e de um possível enfrentamento a todo ser ser do sexo masculino que ecruzasse nesse meio tempo. Ali também haviam meninas-moças vulgares, com vestidos, saias e shorts tão curtos e apertados que ensinuosos deixavam a mostra o que havia embaixo, já aparentemente embriagadas elas gabavam-se da quantidade de "ficantes" da noite. 

Pairava naquele clube um clima de tensão no ar, qualquer esbarrão ou um simples olhar mal-encarado já seria suficiente para um voraz enfrentamento, como animais selvagens em busca da demarcação de "seu" território. Me lembrei da época das cavernas ou do universo dos animais africanos em que absolutamente tudo respirava instinto, era instinto:da sobrevivência, da reprodução. A racionalidade fora subsituida pela banalização. O ser fora subsituido pelo ter, quem aparentemente mais tinha, quem vestia o tênis mais caro da marca mais famosa, a bebida mais cara, aquela que tinha o corpo mais dentro dos padrões estéticos de beleza feminina a là Mulheres-Frutas, popozudas e panicats roubava mais olhares de admiração, mais conquistas. 

O antigo lugar de diversão, de prazer, de entretenimento tornou-se o símbolo da degradação moral e da violência física e/ou ética. Saudades de um tempo que nunca existiu, pelo menos para mim, de um tempo em que as pessoas se divertiam apenas de se encontrarem, se reunirem, em que todos se respeitavam independente de qualquer coisa. Não quero aqui fazer nenhum discurso hipócrita, nem estou aqui para isso, mas aquela profunda e breve análise me causou um repúdio, uma vontade enlouquecida de ir embora... Passado alguns minutos nosso amigo, quem nos levou até lá, decidiu ir embora:"Vamos embora gente!", disse ele. " Graças a Deus", pensei comigo. Era o meu fim de noite pra lá de prolongado e o meu fim daquela Comédia da vida privada.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Amy no Brasil


Em Florianópolis ingressos subiram para 690 reais 
Como todos já sabem, a antidiva  do Jazz Amy Winehouse chegou ao Brasil na última quarta-feira, dia 4 para uma rápida turnê nas cidades do Rio de Janeiro nos dias 10 e 11, Recife no dia 13, São Paulo no dia 15 e Floripa neste sábado, dia 8! Esta é a primeira vez que a cantora vem ao país, que a aguarda com grande expectativa, já que, diga-se de passagem, seu último álbum Back to Black, lançado em 2006, foi super elogiado pela crítica. Afinal, quem não se recorda do hit:  "They tried to make me go to rehab, but I said 'no, no, no'" da música Rehab, uma das mais conhecidas de seu repertório que tornou a musa conhecida mundialmente, além das canções "You Know I'm No Good" e "Tears Dry On Their Own". Os valores dos ingressos entretanto estão bem salgados: em uma média custarão de 100 a 700 reais , variando conforme as cidades. Pelos singelos preços percebe-se o público seleto que é esperado nos shows, mostrando mais uma vez que, no Brasil música boa destina-se a um terço da população e que a fama do artista é crucial para apimentar ainda mais os valores cobrados ao público.
Mais informações de ingressos no link abaixo: http://ego.globo.com/Gente/Noticias/0,,MUL1639560-9798,00.html



Amy Winehouse e Black Fielder, razão de sua loucura
Mas, nesta semana em homenagem a passagem da cantora pelo Brasil, como não poderia deixar de ser, vamos relembrar os momentos mais marcantes da carreira de Amy, sem deixar de mencionar as polêmicas, na maioria das vezes, relacionadas  ao uso abusivo de drogas e álcool, à sua conturbada relação com o ex-marido, na época presidiário, e seus vexames durante as apresentações no palco por consequência da vida bem desregrada



Ínício do estrelato:

Quando criança ainda no colegial, em Ashmole School em Londres
Amy nasceu na cidade de Southgate, no subúrbio de Londres, filha de um motorista de táxi Mitchell Winehouse e de uma farmacêutica Janis, junto de seu irmão mais velho Alex Winehouse, teve uma infância conturbada marcada pelos relacionamentos extraconjugais do pai, que segundo informações influenciaram no consumo de drogas da cantora.
Concluiu seus estudos no colégio Ashmole School e já aos 10 anos formava sua primeira banda de rap Sweet 'n' Sour, as Sour, ao qual ela chamava de  the little white Jewish Salt 'n' Pepa" ("a pequena Salt 'n' Pepa judaica").

Frank

Em seu primeiro álbum, já recebia elogios da crítica
Aos 16 anos cantava profissionalmente com o cantor de Soul Tayulor James, mas sua ascensão ao estrelato começou um pouco mais tarde, com o convite da gravadora Island Records, após um dos produtores escutar as canções que a cantora havia enviado. Iniciava então o lançamento de seu primeiro álbum  de jazz Frank, lançado em 2003 apenas no Reino Unido, lhe rendendo uma indicação ao  Mercury Music Prize 2004 e uma boa aceitação da crítica, com músicas compostas pela própria artista.

Back to Black


O segundo disco lhe rendeu cinco Grammys e 32 milhões de cópias vendidas
Este segundo álbum foi lançado em 2006 com grande aceitação do público e tornou a cantora um grande ícone pop da black music, com músicas que retratavam muito de sua vida familiar e amorosa, destacou-se com o single Rehab, considerada a canção mais influente da década. De seis Grammys disputados, venceu cinco: melhor canção, melhor gravação, artista revelação, melhor álbum pop e melhor interpretação feminina. Com grande sucesso nas vendas, o álbum foi o 2º mais vendido em 2007, com mais de 32 milhões de cópias até o ano de 2010.











Polêmicas

Entre idas e vindas, o sucesso de sua carreira contrastava com os escândalos de sua vida pessoal, cada vez mais frequentes. Em janeiro de 2008 foi divulgado um vídeo na internet da cantora consumindo crack e outras drogas pesadas, o que a levou à internação dias depois em uma clínica de reabilitação. No mesmo ano Amy foi detida duas vezes por posse de drogas e por agredir um homem, fazendo com que passasse uma noite na cadeia.
Por decorrência de suas polêmicas a cantora não pôde se apresentar na 50º edição do Grammy Awards, por ter tido o visto negado pelo governo norte-americano.


Durante a apresentação do Rock in Rio Lisboa

No dia 30 de maio de 2008 apresentou seu primeiro concerto no Rock in Rio Lisboa, em Portugal, para 100 milhões de pessoas. Com 40 minutos de atraso no show, a musa estava visivelmente embriagada, com o pescoço e mão machucados. Por diversas vezes quase caiu no palco e se alterou ao interpretar a música “Love Is A Losing Game". Por motivo de seu atraso teve o tempo de seu espetáculo reduzido para 50 minutos para que não atrapalhasse a apresentação dos outros cantores que também iriam se apresentar no festival.
Mais tarde vídeos da cantora em posse sensuais e cantando músicas racistas foram espalhadas na internet, aumentando ainda mais sua fama.
Amy foi internada com suspeita de enfisema pulmonar devido a vida desregrada que possuía, correndo risco de morte.
Separação com acusações de Blake Field de infidelidade
Em julho de 2009 a cantora se divorciou do marido Blake Field com troca de acusações de infidelidade. Meses antes durante uma apresentação a artista trocou socos com um fã após ser agredida enquanto se aproximava do público.

Reviravolta

A recuperação da musa começou em 2009 quando internou-se numa clínica de reabilitação e passou oito meses na Ilha de Santa Lúcia, no Caribe. Meses depois submeteu-se a uma cirurgia de implante de silicone nos seios, melhorando sua aparência e recuperando alguns quilos. Recentemente, seu pai afirmou que a cantora passa por uma boa fase.
Amy Winehouse exibe seus voluptuosos seios após a cirurgia.




segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Novidades....


Em breve terei mais motivos para fervilhar meus já fragilizados neurônios. Um novo tema para monografia foi incumbido ao grupo de Políticas da Comunicação, do qual faço parte: A queda do diploma de Jornalismo.
Mas ao contrário do que já foi abordado aqui há uns meses atrás e até do que têm sido debatido na imprensa, o grupo pretende dar uma nova angulação, um novo olhar ao tema, muito mais interessante, diga-se de passagem. Conforme o nosso modesto roteiro, teremos como alicerce do trabalho seis sub temas que abordarão desde os olhares opositores e criadores da ideia da existência do diploma na profissão, passando inclusive pelos legisladores responsáveis pela criação e aprovação da lei, até a questão da liberdade de expressão perante a sociedade e, sobretudo, perante os jornalistas, formadores de opinião. Como a imprensa ou mass media tem retratado o tema até os dias atuais e o que tem sido feito por parte dos interessados (profissionais, sindicatos, estudantes, etc) para modificar este quadro e para que o diploma se torne um diferencial no mercado de trabalho.
Muito me parece que todos estes assuntos irão muito além das centenas de páginas( ao todo serão 120) que irão compor esta monografia. Aliás, há grande possibilidade de que falte espaço para tanto debate, assim eu espero.....Talvez só mesmo um TCC tenha o devido espaço...Bom, quem sabe ano que vem????!!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Pitacos e contos de Manu



Uma curiosa crônica de Luís Fernando Veríssimo publicada no Jornal Zero Hora que traduz sabiamente a corrupção vivida em nosso país:


A Cidadezinha Natal


Idéia para uma história. Homem chega num carro com motorista a uma cidadezinha do interior. Manda estacionar o carro na única praça da cidadezinha, em frente à única igreja, e diz para o motorista ficar esperando no carro enquanto ele inspeciona a cidadezinha a pé. Não leva muito tempo. A cidadezinha é quase nada. A praça, a igreja, a prefeitura, algumas casas em volta da praça, poucas ruas. O prédio mais alto da cidadezinha tem quatro andares. É o que fica em cima da maior loja da cidade, a Ferreira e Filhos, que vende de tudo.

O homem entra no único boteco da praça, pede uma cerveja e puxa conversa. Quer saber quem é que manda na cidadezinha. Há quatro ou cinco pessoas no boteco, que não pararam de observar os movimentos do homem desde que ele desceu do seu carro com motorista. O maior carro que qualquer uma delas jamais tinha visto. Ninguém fala.

O homem repete a pergunta:

- Quem é que manda na cidadezinha?

As pessoas se entreolham. Finalmente o dono do boteco responde.

- O prefeito é o dr. Al...

- Não, não. Não perguntei o prefeito. O que manda mesmo.

- É o Ferreira Filho.

- O da loja?

- É.

- Ele manda na cidade? Não tem alguém mais alto?

- Tem o delegado Fro...

- Polícia, não. Alguém mais alto.

- Tem o padre Túlio.

- O padre Túlio manda no Ferreira Filho?

- Bom... - começa a dizer o dono do boteco.

- Só quem manda no Ferreira Filho é a dona Vicentina - interrompe alguém, e todos caem na risada.

- A esposa dele?

Mais risadas.

Não, não é a esposa. Nem a mãe. Dona Vicentina é uma costureira que não costura. O ateliê da dona Vicentina ocupa uma pequena sala na frente da sua casa, mas está sempre vazio. O verdadeiro negócio da dona Vicentina e suas sobrinhas acontece nos fundos da casa. É lá que ela recebe o Ferreira Filho, e o prefeito, e o delegado e, desconfiam alguns, até o padre Túlio. Se alguém manda no Ferreira Filho, e na cidadezinha, é a dona Vicentina.

Portanto é na sala dos fundos da casa da dona Vicentina que o homem reúne as autoridades, oficiais e reais, da cidadezinha, naquela mesma noite, e faz a sua oferta. Quer comprar a cidadezinha. Como comprar? Comprar. Cash. Tudo. A praça, os prédios, a população, tudo. E os arredores até o cemitério. Mas como? Não é possível. Há empecilhos legais, há...

Todos os protestos cessam quando o homem revela a quantia que está disposto a pagar por tudo, e por todos. É uma quantia fabulosa. Em troca pede pouca coisa. Um retoque na praça, onde ele quer que seja construído um coreto sob uma árvore milenar, que também deve ser providenciada. Cada habitante da cidade, ao receber o seu dinheiro, receberá instruções sobre o que dizer quando forem perguntados. Dirão que se lembram, sim, do homem. Que ele nasceu e cresceu, sim, na cidadezinha. Que era filho da dona Fulana e do seu Sicrano (os nomes serão fornecidos depois). Que muito brincou na praça, sob a árvore milenar. Que estudou na escola tal, com a professora tal, que terá muitas boas lembranças dele. Uma das habitantes mais antigas da cidadezinha será escolhida para fazer o papel da professora tal. Cada habitante da cidadezinha terá seu papel. Só o que precisarão fazer, quando forem perguntados, é contar histórias sobre a infância e a adolescência do homem na cidadezinha. As histórias também serão fornecidas depois.

- Mas perguntados por quem? - quer saber Ferreira Filho.

- Por repórteres. Virão muitos repórteres aqui.

- Por quê?

O homem não diz. Pergunta se está combinado. Se pode contar com a cidadezinha e com seus habitantes. Todos concordam. Está combinado. Dona Vicentina diz que se alguém não concordar, vai ter que se ver com ela. No dia seguinte, depois de dizer que o dinheiro e as instruções virão em poucos dias e antes de entrar no carro, o homem olha em volta da praça, examinando cada uma das casas ao seu redor. Finalmente escolhe uma, aponta, e diz:

- Se perguntarem, eu nasci ali.

Entra no carro e vai embora. Poucos dias depois chegam o dinheiro e as instruções, ou os papéis a serem distribuídos entre os habitantes. É feito o combinado. Constroem o coreto no meio da praça e transplantam uma grande árvore milenar para lhe fazer sombra. E quando a cidadezinha é invadida por repórteres querendo saber da vida do homem, todos respondem de acordo com as instruções. Alguns até improvisam, como a dona Vicentina, que conta que foi a primeira namorada dele. Mas por que tantas perguntas?

- Vocês não souberam? - diz um dos repórteres. - Ele se matou, ontem. O último pedido dele foi para ser enterrado aqui, na sua cidadezinha natal.

No dia seguinte chega o corpo, para ser enterrado no cemitério. Depois da cerimônia, as autoridades, oficiais e reais, da cidadezinha se reúnem na casa da dona Vicentina para decidir o que fazer. O fato de ele ter se suicidado complica um pouco a coisa, mas no fim fica decidido. Colocarão um busto dele na praça, ao lado da árvore que amava tanto, com uma placa de agradecimento. Afinal, era o filho mais ilustre da cidadezinha.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Desabafo de uma quase jornalista


É realmente perfeita e super engraçada a sátira que fez Rafinha Bastos, o famoso repórter do CQC à respeito da queda do diploma de jornalismo. Esse manual de reportagem é uma inteligente forma de crítica e protesto à esse absurdo de lei que torna a profissão de jornalista tão banalizada em nossa sociedade.
Ontem mesmo ouvi uma péssima piada a respeito. Estava conversando com duas pessoas aparentemente intelectuais e bem informadas, de"boa educação" como dizem, quando de repente, um deles comenta: Jornalismo é uma profissão tão fácil que qualquer um pode escrever o que bem entende. Não é por nada que perderam o diploma". Nossa, aquilo para mim representou o fim, o cúmulo do absurdo. Imediatamente retruquei: "Vocês é que não sabem de nada."
Confesso que fiquei dias pensando no que havia ocorrido com uma perplexidade que já não mais suportava. Definitivamente toda aquela suposta inteligência era travestida de uma ignorância ilimitada e não era digna nem ao menos de minha atenção ou de meus pensamentos. Talvez a queda na qualidade da produção jornalística e a falta de conhecimento e amadurecimento por parte da sociedade brasileira tenha levado a essa resolução da justiça. No entanto, a própria população tem se mobilizado a respeito e em alguns estados só é permitida a contratação de profissionais em concursos públicos através da demonstração do documento comprobatório de que foi se cursado durante determinado período o curso de jornalismo.
É! Talvez as coisas estejam mesmo melhorando...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Estréia em grande e DIFERENTE estilo


Gente, o novo vídeoclipe estrelado pela dupla pop musical: Beyoncé e Lady Gaga já está rendendo bons frutos. Pelo menos no que diz respeito à crítica fonográfica. Depois de tantos adiamentos na estréia, Telephone já possui mais de 221.466,03 milhões de exibições, até o dia de hoje, só no YouTube. Embora não represente nenhuma obra digna de imortalização, pode-se afirmar que é um animado e ousado lixo pop roteirizado pela própria Gaga e dirigida por Jonas Akerlund.E pelo que tudo indica, o tema sonoro Telephone será o novo single da cantora. Será que desbancará em termos de audiência e faturamento o sucesso Bad Romance? Bom só o tempo poderá dizer...